Estão equivocados
os teólogos
quando descrevem Deus
em seus tratados.
Esperai por mim
que vou ser apontada
como aquela que
fez o irreparável.
Deus vai nascer de
novo para me resgatar.
Me mata, Jonathan,
com sua faca,
me livra do
cativeiro do tempo.
Quero entender
suas unhas,
o plano não se
fixa, sua cara desaparece.
Eu amo o tempo por
que amo este inferno,
este amor doloroso
que precisa do corpo,
da proteção de Deus
para dizer - se
nesta tarde
infestada de pedestres.
Ter um corpo é
como fazer poemas,
pisar margen de
abismos,
eu te amo.
Seu relógio,
incongruente como meus sapatos,
uma cruz gozosa, ó
Félix Culpa!
El poema fue
incluido en Poesia Reunida,
Rio de Janeiro: Record, 2016.
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